domingo, 25 de dezembro de 2011

O Papai Noel Robô Assassino, as religiões e o meu presente de Natal pra você


         Um dos meus desenhos animados preferidos é Futurama, criado pelos produtores de Os Simpsons e ambientado no ano 3000, quando pessoas comem lasers e cérebros autônomos saltitam felizes pelas ruas. Quase todos os episódios são muito divertidos e contêm piadas orientadas ao público geek.
       Pois bem. Um dos episódios é uma estória de Natal (e as pessoas não o chamam mais de Christmas e sim de X’mas - você percebe a sutileza?). A certa altura, o protagonista Fry, que nasceu no século XX e ficou congelado por mil anos até ser reanimado, é aconselhado a não sair de casa, pois Papai Noel está à solta. Explica-se: em 2801, uma empresa havia criado um robô para julgar os humanos como bonzinhos ou malvados e distribuir presentes de acordo com seus méritos. Mas algo saiu errado: nenhum dos humanos é exatamente bonzinho, e o presente que Papai Noel dá a eles é invariavelmente decepar suas cabeças e enfiar em seus pescoços presentes bizarros de Natal.


    Com esse adorável enredo não muito politicamente correto, os escritores do episódio tocaram num ponto-chave da fé cristã. De acordo com o Cristianismo, ninguém é tão bom quanto deveria ser, e se recebemos outra coisa que não julgamento, é só porque ganhamos um excelente presente de Natal.
      Falando em Natal, aqui vai o meu presente pra você: algumas linhas de substância para que você pare de dizer aquela bobagem de que todas as religiões dizem basicamente a mesma coisa. Não dizem. Bem, é verdade que todas elas concordam em pelo menos um assunto:
     Há algo de errado conosco humanos. Não somos tão bons quanto deveríamos.
Mas a partir deste ponto a religião de Cristo diverge colossalmente das outras. Se você for adepto do mormonismo, do islamismo ou da religião-que-castra-meninas-da-Somália, terá um ideal de Bem e acreditará que será recompensado de acordo com seus atos. Você sabe que faz coisas más, mas também sabe que pratica boas ações e espera que de alguma forma, ao se guiar pela sua religião, uma coisa acabe compensando a outra. É tudo uma espécie de barganha moral, uma crença do tipo Papai-Noel: se comporte direitinho, pratique mais coisas boas do que coisas más, que no final aquilo contrabalança isto e você é bem recompensado.
      Pois o Cristianismo insiste em que uma boa ação não compensa uma má ação mais do que uma esmola anula um crime.
     Enquanto Buda e Maomé rogavam a todos que não se esquecessem de seus ensinamentos, Jesus dizia que não há ensinamento no mundo que possa anular um pecado. Ele apontou para si mesmo, e não para os seus ensinamentos, como meio de salvação. É por isso que o Cristianismo é indissociável da pessoa de Cristo de um modo que nenhuma grande religião jamais será (e é por isso, se querem saber, que vejo todo o sentido em comemorar o seu nascimento).
   No Cristianismo, não somos salvos graças ao que fazemos, e sim apesar do que fazemos. Claro que ficamos agradecidos pelo favor recebido e somos então convocados a fazer o Bem para agradar a Deus. Isso muda completamente a forma com que fazemos nossas escolhas, e então somos salvos do que fazemos.
 Que deste dia você possa selecionar alguns minutos para fazer algo que nunca faz: refletir sobre obras boas, obras más, Papai Noel, Jesus Cristo e sobre como é que vai estar a sua situação se você tiver mesmo aquela coisinha que chamam de alma.
  No mais, um excelente Natal pra você!!!


Um comentário:

  1. Não sou super-fã do seriado Futurama, mas lembro que achei o episódio que fizeram da série Star Trek tão engraçado, que o assisti umas 3 vezes seguidas, e rindo muito!

    Seu blog é bem legal, e pelo pouco que vi, você é mais cientista do que eu ;-)

    Vou ler os outros posts. Se quiser, me procure e me adicione no Facebook.

    God bless.

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