quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As melhores músicas que eu ouvi em 2011


   Eu sou daquelas pessoas que ouvem uma música e a associam logo com o momento em que a estão ouvindo. No ano de 2011 escutei muita música excelente enquanto dirigia e sempre havia alguém no banco do lado. É impressionante como não consigo ouvir algumas músicas sem lembrar dessas pessoas com quem conversava (ainda que elas não se lembrem). Estas são as melhores canções que conheci neste ano e os meus companheiros musicais:



1. Chinese Translation, M. Ward
    Essa música é o máximo! Me lembra minha tia Bete e nossas discussões existenciais enquanto eu ia deixá-la em casa.







2. Don't carry it all, The Decemberists
    É pro Fabrício, meu melhor amigo e maior crítico.




3. Mykonos, Fleet Foxes
    Meu pai gosta muito dessa música! Ofereço a ele.




4. The Gardener, The Tallest Man on Earth
    Esse cara, Kristian Mattson, canta com a alma! Me lembra aquela vez que fui à beira-mar com a Tayana.




5. Crystalised, The XX
    Esse techno é pro meu amigo Ruan. Acho que ele aprecia.




6. Tout Seul, Didier Sustrac
    A Claudiana nem gosta muito dessa música, mas eu sim. É uma bossa nova em língua francesa que me condenou a lembrar dela sempre que escutá-la.







7. Set Fire To The Rain, Adele
    Eu apresentei uma das grandes revelações desse ano, Adele, a meu primo Isaac e creio que ele gostou. Me lembra algumas vezes que saímos à noite em Acaraú pra comprar comida pra família.




8. Little Secrets, Passion Pit
    A minha amada prima Ana Eliza gosta muito desse som! Deus a abençoe.




9. Me ama, Diante do Trono
    Esse ano não foi particularmente bom para a música evangélica. Mas o novo CD do Diante do Trono tem boas faixas. Essa é a preferida da minha mãe











domingo, 25 de dezembro de 2011

O Papai Noel Robô Assassino, as religiões e o meu presente de Natal pra você


         Um dos meus desenhos animados preferidos é Futurama, criado pelos produtores de Os Simpsons e ambientado no ano 3000, quando pessoas comem lasers e cérebros autônomos saltitam felizes pelas ruas. Quase todos os episódios são muito divertidos e contêm piadas orientadas ao público geek.
       Pois bem. Um dos episódios é uma estória de Natal (e as pessoas não o chamam mais de Christmas e sim de X’mas - você percebe a sutileza?). A certa altura, o protagonista Fry, que nasceu no século XX e ficou congelado por mil anos até ser reanimado, é aconselhado a não sair de casa, pois Papai Noel está à solta. Explica-se: em 2801, uma empresa havia criado um robô para julgar os humanos como bonzinhos ou malvados e distribuir presentes de acordo com seus méritos. Mas algo saiu errado: nenhum dos humanos é exatamente bonzinho, e o presente que Papai Noel dá a eles é invariavelmente decepar suas cabeças e enfiar em seus pescoços presentes bizarros de Natal.


    Com esse adorável enredo não muito politicamente correto, os escritores do episódio tocaram num ponto-chave da fé cristã. De acordo com o Cristianismo, ninguém é tão bom quanto deveria ser, e se recebemos outra coisa que não julgamento, é só porque ganhamos um excelente presente de Natal.
      Falando em Natal, aqui vai o meu presente pra você: algumas linhas de substância para que você pare de dizer aquela bobagem de que todas as religiões dizem basicamente a mesma coisa. Não dizem. Bem, é verdade que todas elas concordam em pelo menos um assunto:
     Há algo de errado conosco humanos. Não somos tão bons quanto deveríamos.
Mas a partir deste ponto a religião de Cristo diverge colossalmente das outras. Se você for adepto do mormonismo, do islamismo ou da religião-que-castra-meninas-da-Somália, terá um ideal de Bem e acreditará que será recompensado de acordo com seus atos. Você sabe que faz coisas más, mas também sabe que pratica boas ações e espera que de alguma forma, ao se guiar pela sua religião, uma coisa acabe compensando a outra. É tudo uma espécie de barganha moral, uma crença do tipo Papai-Noel: se comporte direitinho, pratique mais coisas boas do que coisas más, que no final aquilo contrabalança isto e você é bem recompensado.
      Pois o Cristianismo insiste em que uma boa ação não compensa uma má ação mais do que uma esmola anula um crime.
     Enquanto Buda e Maomé rogavam a todos que não se esquecessem de seus ensinamentos, Jesus dizia que não há ensinamento no mundo que possa anular um pecado. Ele apontou para si mesmo, e não para os seus ensinamentos, como meio de salvação. É por isso que o Cristianismo é indissociável da pessoa de Cristo de um modo que nenhuma grande religião jamais será (e é por isso, se querem saber, que vejo todo o sentido em comemorar o seu nascimento).
   No Cristianismo, não somos salvos graças ao que fazemos, e sim apesar do que fazemos. Claro que ficamos agradecidos pelo favor recebido e somos então convocados a fazer o Bem para agradar a Deus. Isso muda completamente a forma com que fazemos nossas escolhas, e então somos salvos do que fazemos.
 Que deste dia você possa selecionar alguns minutos para fazer algo que nunca faz: refletir sobre obras boas, obras más, Papai Noel, Jesus Cristo e sobre como é que vai estar a sua situação se você tiver mesmo aquela coisinha que chamam de alma.
  No mais, um excelente Natal pra você!!!


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O relógio de Sheldon Cooper


   Amigos, postaram no facebook a imagem de um relógio creditado a Sheldon Cooper, o nerd arrogante da sensacional série The Big Bang Theory. Em vez de simples algarismos, cada hora do dia é representada por uma conta:


    Aqui vai a explicação para cada cálculo:
    - tan(45°), isto é, a tangente de 45 graus, é 1 porque uma inclinação de 45 graus determina uma altura 1,0 vez maior que a largura que ela origina;
    - A raiz quadrada de 4 é 2, pois o número que, multiplicado por si mesmo, resulta em 4 é 2.
    - Round(π) é o maior número inteiro menor que pi. Como pi é aproximadamente 3,14, round(π) = 3.
    - ln(e4) é o logaritmo natural (isto é, na base e, o número neperiano), do próprio número neperiano elevado a 4. Por definição, ln(e4) = 4.
    - Se x² =3² + 4², x = 25 = 5. Os números 3,4,5 podem ser lados de um triângulo retângulo, pelo que constituem o terno pitagórico primitivo mais simples. Atualização: O numero -5 também é solução da equação para x. O leitor do relógio terá que admitir que está buscando uma solução positiva.
    - 3! (lê-se 3 fatorial) é o produto de todos os números inteiros de 3 até 1. Ocorre que 3! = 3x2x1 = 6. Este produto merece um símbolo porque o número de modos de arranjar três objetos A, B e C é 3! = 6 (ABC, ACB, BAC, BCA, CAB, CBA - 6 possibilidades).
    - 6.999999..., onde o 9 se repete infinitamente, é igual a 7, pois 0.99999.. = 1, como explica o quadro abaixo.


    - 16/2 é, se não nos engana o raciocínio, igual a 8.
    - 3*3, se nos lembramos da tabuada, é igual a 9.
    - Acredito que [g] queira dizer o maior número menor que a aceleração da gravidade em m/s², que é 9,8. Essa representação para o número 10 é péssima, pois ao contrário de todos os outros números do relógio, a aceleração da gravidade tem uma dimensão e pode assumir qualquer valor, dependendo da unidade escolhida. Sheldon Cooper não aprovaria isto.
     - 0b é uma representação muito obscura do número 11, na chamada numeração de base zero. Nela, o primeiro algarismo é sempre 0 e os números 10 e 11 recebem dígitos especiais, geralmente as letras a e b, respectivamente. Assim, 11 fica 0b. Não conheço nenhuma aplicação séria para a numeração de base zero.
     - (1100) é o número 12 em código binário, aquele em que cada algarismo representa um múltiplo duma potência de 2. O quadro abaixo explica direitinho esse negócio.

   Este não é o melhor relógio nerd. Pesquisando "Math clock" no Google Imagens aparecem vários modelos que se baseiam na mesma ideia. Mas o meu preferido é este:
    As luzes são de LEDs que acendem ou apagam de acordo com a representação binária dos números (1 ou 0). O relógio da figura acima, por exemplo, marca 13:05:19. Você é capaz de dizer por quê?